Publicado em 12.05.2023
Zeferina explora o afrofunk para apresentar “Me Livra”, single que antecipa o seu disco de estreia

 artista paulistana convida a pernambucana Mun Há para evocar suas deusas ancestrais e protegê-las do não-afeto. “Me Livra” chega pelo selo Colméia22 (Altafonte)

Com a premissa de apresentar a persona de Preta Dourada, que também é o nome de seu disco de estreia, a cantora e compositora Zeferina faz o lançamento de “Me Livra”.

O novo single antecede a chegada do álbum, previsto para junho, e ecoa como um chamamento às suas ancestrais e às suas deusas — para livrar, por meio de uma reza, toda a toxicidade afetiva ofertada por homens hétero-genocidas. Explorando o afrofunk, uma mistura de funk com macumbaria e brega, “Me Livra” chega às plataformas de streaming no dia 11 de maio, com participação da artista pernambucana, travesti, preta e não-binária, Mun Há. A distribuição é do selo Colméia22 via Altafonte (ouça aqui). 

“Quando a gente canta ‘me livra’, estamos  convocando nossas ancestrais, nossas deusas, para nos livrar da toxicidade afetiva ofertada pelos homens hetero-genocidas – pessoas com quem nos relacionamos anteriormente”, explica Zeferina, que hoje se identifica como uma pessoa LGBTQIAP+. A multiartista da periferia de São Paulo trilha sua jornada na cena cultural, desde 2006, expressando as urgências éticas e as cotidianas de sua vivência. Após lançar “Faz o Pix”, primeiro single de seu disco (previsto para 15 de junho), a cantora apresenta “Me Livra”, um som dançante, vibrante e que une política e afeto.

A faixa representa também um momento de renascimento, em que a cantora reaprende a se amar. “Se o amor fosse tratado como uma ação saudável, em que somos ensinados a amar, como troca de saberes e axé, corpos como o meu não iriam sofrer com a consequência do não-afeto. Pois, afinal, somos corpos não normativos, e lidamos com as negativas da vida desde que nascemos”, afirma Zeferina. Além da participação de Mun Há, o single conta com a produção musical de BaseMcBeat. “Para nós, essa música é como uma celebração que versa sobre a coragem de se libertar”, finaliza a artista.

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