Segundo especialista da Alura, a tecnologia pode levar esse e outros estilos musicais a um patamar inédito no mercado, com composições inéditas e inovadoras
O Dia Mundial do Rock, comemorado no dia13, é uma data conhecida por celebrar os grandes nomes que marcaram história nesse gênero musical lendário, o qual até hoje conquista milhares de fãs ao redor do mundo. No entanto, este ano a ocasião ganhou outro aspecto de celebração, relacionado à revolução musical em curso, impulsionada pela adoção de inteligência artificial (IA) no processo de produção musical.
Essa tecnologia está revivendo roqueiros, criando novas músicas e cativando novas gerações de seguidores, como aconteceu com Freddie Mercury, falecido vocalista do Queen, que teve a voz usada em um cover de “Yesterday”, dos Beatles. Outro exemplo é a recriação da faixa “Snuff”, da banda de heavy metal Slipknot, com o vocal de Corey Taylor substituído pelo de Chester Bennington, frontman do Linkin Park que morreu em 2017.
Segundo Marcus Mendes, host dos podcasts Bolha Dev e Hipster Fora de Controle – focado em IA -, da Alura, maior ecossistema de ensino tech do Brasil, os algoritmos avançados e o aprendizado de máquina permitem à IA ser capaz de analisar as obras e o estilo desses músicos, gerando composições inéditas. “Com esse recurso, é possível imprimir a essência dos artistas na atualidade, de uma forma que mal conseguimos diferenciar se eles realmente fizeram as gravações ou se foi a tecnologia”, afirma.
O especialista ainda ressalta que essa tendência está impulsionando a experimentação musical e a fusão de estilos, ampliando horizontes sonoros. “Ao avaliar e cruzar vastos volumes de dados, a IA pode ajudar em novas descobertas, com novos elementos que reagem em tempo real às faixas criadas, improvisos de instrumentos e muitas outras funções. Ou seja, é uma ferramenta que pode ser uma grande aliada da criatividade humana”, destaca.
Implicações éticas no uso de IA na música
Apesar de inúmeros benefícios, a utilização de ferramentas de IA na indústria fonográfica vem esbarrando cada vez mais em implicações éticas e legais, principalmente relacionadas a direitos autorais e plágios. O Spotify, por exemplo, removeu 7% das músicas criadas artificialmente com o aplicativo Boomy pelo suposto uso de bots, segundo um relatório do Financial Times.
Para Mendes, o estabelecimento de acordos, contratos e outras convenções são os maiores desafios do emprego da tecnologia no cenário musical, mas o estudo dessas questões é válido pelo seu potencial criativo. “Entender como a chegada de novas formas de produzir, distribuir e consumir música irão se adaptar legalmente à realidade atual é uma missão que vale ser encarada tanto pelo mercado quanto pelos artistas, afinal, imagine como a evolução do Rock e outros gêneros pode ser alavancada com o desenvolvimento tecnológico. Um dueto de Raul Seixas e Rita Lee, talvez? O céu é o limite”, finaliza.