Na última semana, o cantor belga de ascendência egípcia Tamino lançou seu segundo álbum de estúdio. ”Sahar” veio ao mundo no dia 23 de outubro e quebrou o hiato de quatro anos sem anunciar novos projetos do artista.
”Sahar”, palavra que significa ‘amanhecer’ em árabe, é um trabalho de retorno e reencontro não somente com o público, mas também do artista consigo. Com apenas 10 faixas, número menor se comparado com seu primeiro álbum, as canções emocionam e transportam quem as ouve para um lugar de profunda reflexão. ”Sahar” é, definitivamente, um álbum de outono.
Embora a sonoridade de ”Sahar” e a voz de Tamino sejam de tirar o fôlego em vários momentos, como em ”You Don’t Own Me”, ”The First Disciple” e ”A Drop of Blood”, nada tira o peso das composições, que continuam a ser o traço mais admirável da obra do artista. Óbvio, uma música não é boa unicamente pela letra, ela é um conjunto de elementos. Entretanto, a capacidade de Tamino de contar histórias profundas em poucos versos tem de ser reconhecida.
Dentre as faixas, três delas foram lançadas como singles e ganharam videoclipes até então. ”The First Disciple”, ”Fascination” e ”You Don’t Own Me”, respectivamente.
A quinta faixa, ”Sunflower”, dueto do artista com a cantora belga Àngele,carrega algo similar à ”Persephone”, música do primeiro álbum de Tamino. Em ambos os trabalhos, existe uma narrativa mística, mítica — sensação que se amplifica com a suavidade das vozes dos dois. A canção é delicada e romântica com um peso sufocante de desespero.
”Fascination” e ”Only Our Love” talvez sejam uma das poucas composições do álbum que deixam o gosto açucarado da paixão na língua. Ainda que as letras carreguem o devido peso, há algo de leve nas duas, um carinho inexplicável, uma vontade de sorrir quando se entende o que é dito.
”Sahar” é um álbum que melhora à medida que você se aproxima do fim. Quando ”My Dearest Friend and Enemy” termina, a ansiedade por mais continua. O que resta agora é seguir acompanhando Tamino e torcer por uma versão deluxe com mais faixas inclusas.
Por Glenda Barros