Episódios apresentam murais criados pelo artista Cazé e o produtor e pesquisador Rajão, em diferentes pontos do Rio de Janeiro, com o intuito de contar as trajetórias de Zezé Motta, Alcione, Ruth de Souza, Lélia González e Beatriz Nascimento através da arte urbana.
“Negro Muro” mapeia e ilustra a história de cinco mulheres negras que marcaram o Brasil. A homenagem é feita por meio de coloridos murais espalhados pela cidade do Rio de Janeiro, criados pelo artista Cazé e o pesquisador e produtor Rajão. A série documental do GNT, que estreia em 8 de março, data que também celebra o Dia Internacional das Mulheres, apresenta o processo criativo, a execução e as dificuldades por trás de cada mural. Com cinco episódios, “Negro Muro” colheu depoimentos de familiares e amigos transcendendo o registro histórico das ruas para a televisão.
“Estarmos realizando esse projeto para impactar as pessoas nacionalmente através do GNT é uma oportunidade que nos emociona muito. Nos dedicamos demais para entregar o melhor e com todo o respeito possível a cada história”, afirma Cazé.
O primeiro episódio traz Alcione, rainha do samba e eterna Marrom. Além da homenagem que enaltece uma das vozes mais marcantes do Brasil, a série traz depoimentos da personagem sobre seus grandes amores: sua família e a Mangueira – bairro onde foi pintado seu painel. A artista ainda é reverenciada por suas grandes conquistas e por nomes como Maria Bethânia e Leci Brandão.
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Já a atriz, cantora e ativista Zezé Motta, que é um dos nomes mais importantes da dramaturgia negra e brasileira, ganhou um mural no Museu da História e Cultura Afro-Brasileira, na Saúde. No episódio, ela fala abertamente, entre gargalhadas e lágrimas, sobre sua vida, contando casos emocionantes e curiosos como a mudança de bairro na infância, encontros e reencontros marcantes que o teatro lhe deu.
Ruth de Souza, a dama negra do teatro e precursora da presença negra na dramaturgia nacional, também foi reverenciada com o projeto. “Entre os desafios de construir essas histórias, o da Ruth de Souza sem dúvida foi muito marcante. Fincar a trajetória dela na lateral do prédio anexo ao Theatro Municipal, onde ela foi a primeira mulher negra a entrar, foi uma emoção sem fim”, afirma Cazé.
Por fim, fazem parte do projeto, em memória, e ganham murais na cidade: Lélia González, em Santa Teresa. Uma das maiores representantes do movimento negro feminista, conhecida internacionalmente pelos seus escritos e pensamentos e, em Botafogo, Beatriz Nascimento, historiadora e poetisa, ícone do movimento negro brasileiro. “As expectativas são que essa série leve, Brasil afora e a dentro, nomes que não são tão conhecidos, como de Lélia e Beatriz, para que elas se tornem cada vez mais populares. E que isso faça com que nosso projeto – um mapeamento da memória negra através da arte urbana – cresça cada vez mais”, conta Rajão.
Com direção de Micael Hocherman e Karen Suzane, “Negro Muro” é uma parceria do GNT com a Cardume Filmes e a Produtora Viralata. Foi produzida por Gabriel Correa e Castro e Micael Hocherman, e roteirizada por Clara Anastácia.
A série documental estreia no dia 8 de março e conta com cinco episódios semanais, com duração de 30 minutos cada, exibidos às quartas, às 23h30.