Publicado em 18.09.2022
“Não Se Preocupe, Querida”: Olivia Wilde deu o seu melhor, mas poderia ter conduzido o filme de outra forma

O Faixa Pop foi à pré-estreia do novo filme estrelado por Harry Styles e Florence Pugh e traz uma resenha – sem spoilers! – sobre o suspense dirigido por Olivia Wilde.

Ocorreu no último dia 13, a pré-estreia de “Não Se Preocupe, Querida” (em inglês, “Don’t Worry Darling”) em São Paulo. O filme teve direção da estadunidense Olivia Wilde e o elenco conta com nomes renomados do cinema como Chris Pine (“Mulher-Maravilha”, 2017), Gemma Chan (“Eternos”, 2021) e Florence Pugh (“Midsommar”, 2019). Além de nomes de peso na atuação, o thriller também é estrelado pelo cantor Harry Styles como protagonista e pela própria diretora, Olivia Wilde, que também é atriz.

Ficha técnica de “Não Se Preocupe, Querida”
Direção: Olivia Wilde
Roteiro: Katie Silberman, Carey Van Dyke e Shane Van Dyke
Data de lançamento: 22 de Setembro (Brasil)
País de origem: Estados Unidos
Duração: 2h 02 min

Sinopse: Uma dona de casa que vive em uma comunidade experimental utópica começa a se preocupar com a possibilidade da empresa glamurosa em que seu marido trabalha estar escondendo segredos perturbadores.

Mesmo antes de estrear, o projeto já deu muito o que falar. Seja por rumores que rodearam os bastidores do longa ou pelo comportamento errático de Olivia Wilde sobre a contratação de outros atores para o papel do protagonista Jack Chambers, entrando em controvérsia com seu próprio discurso feminista, já que a primeira opção para o papel de Jack era o ator Shia LaBeouf, que admitiu recentemente ter agredido e abusado sexualmente uma ex namorada.

O suspense se passa em um período que parece ser entre os anos 50 e 60, com referências vintage nas roupas, carros, música e decoração. A personagem de Florence Pugh, Alice, e seu marido Jack Chambers, protagonizado por Harry Styles, vivem juntos em uma comunidade onde a vida é aparentemente perfeita. Jack trabalha como engenheiro em algo rodeado de segredos, que chamam de “Victory Project” (em português, “Projeto Vitória”) enquanto Alice, passa o dia todo cuidando da casa e fazendo aulas de ballet com suas vizinhas e amigas – que, assim como ela, também são esposas dos trabalhadores do Victory Project.

Diferentemente do que foi divulgado nos trailers, o filme não se trata só de cenas de sexo entre Florence Pugh e Harry Styles. E foi muito inteligente da parte de Wilde conduzir a atenção do público ao projeto dessa forma. Aliás, todos querem ver Harry Styles em ação – se é que me entendem. De qualquer forma, o filme mesmo só tem três cenas de sexo, provando que não chega nem perto da repercussão que os trailers causaram. Em contrapartida, Florence protestou o fato dos trailers rodearem apenas as cenas mais picantes do filme. Em entrevista à Harper’s Bazaar, a atriz alega: “Quando é reduzido às suas cenas de sexo ou a assistir algum homem famoso fazendo sexo oral em alguém, não é por isso que fazemos filmes para o cinema. Não é por isso que estou nessa indústria. Obviamente, quando se contrata o pop star mais famoso do mundo, você terá conversas sobre isso. Mas não será sobre isso que vou discutir, porque Não Se Preocupe, Querida é maior e melhor do que isso. E as pessoas que o fizeram são maiores e melhores que isso”.


Com um jogo de câmeras um tanto desconfortável em alguns momentos e uma trilha sonora que é feita propositalmente para causar incômodo em quem está assistindo, a história começa a se tornar mais interessante e menos repetitiva quando Alice desconfia que Frank – o “chefão” do Victory Project, protagonizado por Chris Pine – está mantendo todos presos no pequeno vilarejo perfeito por algum motivo que ela tenta incansavelmente descobrir. Nos últimos 30 minutos, o filme toma um rumo que tem tudo para dar certo, mas desanda até o último segundo, deixando um final aberto e completamente sem explicações. De qualquer forma, Florence Pugh tem razão: “Não Se Preocupe, Querida” é muito além de cenas de sexo.

Olivia Wilde quis passar uma mensagem feminista com o enredo do longa distribuído pela Warner Bros. Pictures. Mesmo assim, a mensagem que parecia querer ter sido passada com o filme não fica explicitamente clara, exceto por alguns pequenos momentos durante o suspense. Houve críticos que afirmaram que o filme é uma versão branca e ruim de “Corra!” (2017).

Além disso, o longa não tem sido bem visto pelas críticas que já o assistiram nas amostras de cinema espalhadas pelo mundo nas últimas semanas. No Rotten Tomatoes, site que mensura as críticas a filmes e programas televisivos, “Não Se Preocupe, Querida” teve a aceitação de apenas 36% entre os críticos.

Dentre as críticas, muito se fala sobre a atuação de Harry Styles, que acabou por provar que como ator, é um cantor extraordinário. Entende-se que Harry procura expandir seus ares no mundo da arte, e não vale a pena criticá-lo agora, visto que este é seu terceiro trabalho no cinema e primeiro com um papel de relevância tão grande e tanto tempo de tela. Harry está tentando, e tem muito à melhorar. De qualquer forma, é impossível negar que ele, ao lado de Florence Pugh, é só um iniciante. A atriz de 26 anos é brilhante e não merecia ter um trabalho tão bom quanto o papel como Alice ser relacionado à polêmicas medíocres que rodearam as gravações do suspense.

Acima de tudo, vale a pena assistir “Não Se Preocupe, Querida” naqueles momentos em que não se sabe exatamente o que se escolher para ver enquanto faz alguma refeição. Mas é bom começar a assistir já sabendo que mesmo que tenha um enredo interessante, o final vai deixar com vontade de “quero mais” só que de uma forma negativa.

“Não Se Preocupe, Querida” estreia nos cinemas brasileiros no dia 22 de Setembro

Por Tai Alves

Post arquivado em Filmes, Notícias