Publicado em 17.01.2023
Na disputa entre Babilônia e Os Fabelmans quem ganha é o público e o cinema

Voltamos! Depois de um (longo) recesso começamos o ano de 2023 falando sobre cinema. Na verdade, sobre as visões do cinema sobre cinema. Temos uma oportunidade incomum de observar dois filmes sobre o tema nas salas de projeção ao mesmo tempo. Estamos falando de Os Fabelmans que estreou dia 12 desse mês e de Babilônia que estreará dia 19, uma semana depois. No primeiro temos Spielberg com sua autobiografia/romance e todo encanto característico do diretor, no outro temos Damien Chazelle e toda uma megalomania de tempo, símbolos e festa.

Ambos buscam demonstrar a grandeza do cinema, porém, Spielberg opta por se ater aos detalhes, as coisas mínimas que desembocam na grandiosidade que é o cinema como meio de expressão e catarse. Já em Babilônia começamos na catarse dos personagens e vamos até os detalhes que todo mundo vê, mas finge não perceber. Em Fabelmans o personagem precisa se “esconder” dentro do armário para mostrar quem é, já em Babilônia o personagem precisa trazer literalmente um elefante a festa.

Os Fabelmans é bonito, quieto e feliz, Babilônia é luxo, barulhento e agridoce, porém ambos são homenagens ao cinema e é sobre isso que queremos continuar falando. A ideia aqui não é apenas fazer as comparações simplesmente, pode parecer contraditório uma vez que até agora o texto foi uma sequência delas, contudo as comparações só foram feitas para reforçar o nosso ponto.

É incrível como o cinema (e esteja livre para ampliar a arte, se quiser) é capaz de nos trazer a mundos tão diferentes do mesmo mundo, claro que isso é uma consequência de como pessoas podem ter as diferentes visões e sensações diante do mesmo objeto ou situação, aqui nos manteremos na manifestação Cinema. As duas obras não podiam ser mais diferentes entre si, tanto em visão como construção, e nenhuma das duas está errada. Ambas mostram o cinema, mas o que os diretores e também roteiristas entendem como o cinema, no caso do Damien, mais até o que ele optou mostrar do cinema creio eu. Em um mundo cada vez mais dicotômico, viver duas visões diferentes no mesmo intervalo de tempo é mais uma demonstração de como o diferente é necessário. Claro desde que esteja dentro da lei.

Até o momento a crítica parece ter gostado bem mais da vida do Spielberg do que da “aventura” sem espaço para respiro de Babilônia, por aqui gostamos dos dois e quanto mais pensamos nas diferenças entre eles mais gostamos de ambos. Se puder ir ao cinema assistir aos dois, vá, mesmo Babilônia tendo três horas de duração. Depois volta aqui e conta o que você achou.

Valeu até a próxima!

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