A canção exalta a trajetória de vida e carreira, sem deixar de lado autenticidade geminiana da artista.
Com dez anos de carreira, Concê, paulistana criada em Goiás, mas de coração pernambucano, é uma das novas apostas do cenário musical nacional com influencia na nova MPB, no funk nacional, pop internacional, R&B e Rap. A artista admitiu que não abre mão de nenhuma referência que possa somar na sonoridade de suas canções.
Gemini é o resultado da autenticidade e da sua caminhada de trinta minutos até o estúdio de gravação. Concê explica que estava na fase de escutar playlists editoriais de rap feminino internacional e o álbum “Zodíaco”, do rapper Xamã. Quando ouviu a música “Gêmeos”, do cantor, começou a refletir sobre o estereótipo que foi criado sobre as pessoas deste signo, constatando erroneamente que, a dupla personalidade e hipocrisia são características presentes nos geminianos. Além disso, a cantora repensou sobre a própria visão contrastada sobre gêmeos ser um signo que está sempre buscando mudanças e reinvenções para se entender melhor no mundo.
“Gemini representa tudo que eu fui, sou e ainda vou ser. É uma música divertida, mas que mostra muito do meu potencial de composição e que eu não estou aqui para brincadeira! O clipe conta com meus amigos que moram comigo e são todos artistas incríveis!” explica Concê.
Com uma letra potente, apresentada por um rap com beats de funk, a faixa tem produção, mixagem e masterização assinada por Jayro, e foi inspirada em obras como “Never Be Me”, de Snow Tha Product; “Banana”, de Anitta e Becky G e “7 Rings”, de Ariana Grande. Além de nomes como Doja Cat, Glória Groove e Xamã, que são citados na letra da canção.
A interprete de Gemini intitulou de “funk quebração” o beats da canção, a artista explica que o termo surgiu da sua cabeça e que o funk chegou a um ponto que tem vários formatos e nichos e que não se sabe onde Gemini se encaixaria.
O clipe da canção, gravado na Vila Mariana (SP), traz muita dança e curtição, e possui em sua estrutura um espaço colorido e acolhedor. A coreografia é assinada por Kenedy Henrique, com assistência de Ruan Trindade e direção de imagem de Emma Araújo.
“Desde a primeiríssima vez que pensei no videoclipe, os meus colegas de casa dançavam comigo e por um acaso o Kenedy Henrique e o Ruan Trindade são dançarinos profissionais. A Emma Araújo e a Lorena Pimenta são aquela famosa triple threat: elas cantam, dançam e atuam. Três ensaios depois, a gente tinha a coreografia no jeito. Também tive a sorte de conseguir o espaço LabOf, através da parceria da Digital Favela, da qual sou agenciada como criadora de conteúdo, e calhou do espaço ser exatamente o que eu estava procurando”, comenta a artista.
Acostumada a encabeçar seus projetos e colocá-los em prática com determinação e muito trabalho, mesmo em meio às adversidades, durante esses dez anos de carreira como artista independente, Concê já passou por várias dificuldades e que nenhum outro caminho faz tanto sentido como na música.
A canção “Calcanhar”, que deu início a sua carreira em 2018, conta hoje, com mais de um milhão de streams no Spotify. A produção foi realizada de maneira integral e independente, fazendo com que o clipe do single concorresse em 2019, ao Prêmio da Música Pernambucana.
“Não é comum para um artista dar tão certo no primeiro single, para um artista independente, acho que simplesmente nunca acontece. A resposta que tive com Calcanhar me deu um gás absurdo pra continuar trabalhando. Foi o que me fez sair de Recife e vir pra São Paulo, me fez crescer nas redes sociais e conseguir muitas oportunidades legais de trabalhar com pessoas que entendem de mercado e que sacaram muito bem o que eu estou fazendo”, ressalta Concê.
Em 2021, foi citada como artista em ascensão pela Tracklist da MTV, além disso, participou do programa “Canta Comigo”, da Record, conquistando o terceiro lugar de seu episódio, realizando assim, sua primeira experiência em rede nacional.
Concê revela que sente um mundo de possibilidades se abrindo para ela, além disso, quer experimentar um pouco de tudo. A artista comenta que começou a entender melhor a sua identidade criativa, visto que está conseguindo imprimi-la em tudo que faz e que os fãs irão gostar bastante do que está por vir.
Concê compõe desde os 14 anos e, hoje, aos 24 anos traz em suas canções a diversidade e o amor, em todas as suas formas. Com mais de 500 mil seguidores, ela construiu sua audiência no TikTok e conta lá sobre sua história na música, seu processo criativo e sua luta como artista independente nos tempos digitais.
Por Gean Rocha