Publicado em 31.07.2023
Curta! exibe documentário ‘Damas do Samba’ com nomes como Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Leci Brandão e Alcione, que comemora os 50 anos de carreira

Não tem como falar em samba sem mencionar a presença feminina, de artistas fundamentais na criação, consolidação e perpetuação do ritmo, tanto no passado quanto no presente.

O documentário “Damas do Samba”, de Susanna Lira, a ser exibido no Curta!, faz um breve passeio pela história de algumas dessas mulheres, apresentando veteranas consagradas e talentos da nova safra. Entre as figuras icônicas, Tia Ciata, em cuja casa foi composto o clássico “Pelo Telefone”, considerado o primeiro samba gravado no país.

Com imagens de arquivo, entrevistas e muita música, o documentário conta histórias de cantoras e compositoras como Clara Nunes, Leci Brandão, Jovelina Pérola Negra, Beth Carvalho, Clementina de Jesus e Alcione. Entre os muitos momentos preciosos do filme, está Dona Ivone Lara com sua interpretação à capela de “Sonho Meu”. O carnaval ganha vida através das palavras e canções das mulheres e a produção celebra o poder delas, seja como passistas, madrinhas, musas ou operárias, exaltando sua criatividade, espírito empreendedor e força inspiradora, todas qualidades que contribuíram para fazer do samba o ritmo mais representativo e autêntico do país.

Em um dos depoimentos, Alcione, a Marrom – que celebra 50 anos de carreira -, detalha o momento em que chegou ao Rio de Janeiro. Relembra também quando conheceu a Estação Primeira de Mangueira (a escola de samba), e seus ícones: Cartola, Nelson Cavaquinho, Dona Zica e Dona Neuma, tendo mergulhado em um universo diferente do samba maranhense com o qual estava acostumada.

Depois que cheguei no Rio de Janeiro, que é a capital do samba, eu fui apresentada à Mangueira, que era a minha escola do coração. Sempre gostei da Mangueira. E, aí, eu fui virando voluntária das coisas da Mangueira e fui passando a compreender as necessidades. Eu queria participar de qualquer maneira, não queria ir só bonita para desfilar“, comenta Alcione. A cantora é o tema da escola verde e rosa para o carnaval de 2024.

“Damas do Samba”, da Modo Operante Produções, pode ser assistida também no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo. A estreia é na Segunda da Música, 31 de julho, às 22h30.

Oxumarê, a divindade da continuidade e da diversidade é tema de novo episódio de ‘Caminhos dos Orixás’

Oxumarê é o orixá do arco-íris, o senhor dos ciclos, símbolo da circularidade e da continuidade. Sua essência se manifesta na serpente, que se enrola em torno de si mesma e forma um círculo, representando o infinito e a renovação constante da vida. A dualidade ocidental de gênero e sexualidade não encontra espaço no mundo do povo nagô, pois a palavra de ordem é a não-binaridade. O novo episódio de “Caminhos dos Orixás”, série inédita e exclusiva que vem sendo exibida no Curta!, mergulha no universo de Oxumarê, trazendo à tona sua simbologia e suas múltiplas representações na cultura nagô.

De acordo com Pai Rodney de Oxóssi, babalorixá e antropólogo, Oxumarê é a expressão dos opostos que se atraem e promovem a manutenção da vida. “Ele é o encontro do masculino e do feminino, a junção que gera a vida. Através de seus ciclos, Oxumarê representa o dia após a noite, a chuva após o sol, a renovação constante que permeia a natureza. Todas as cores do arco-íris simbolizam a diversidade, tornando Oxumarê também o orixá das diferenças que se complementam”, descreve Pai Rodney.

O episódio narra que, enquanto a cultura ocidental reconhece apenas dois gêneros, masculino e feminino, o povo nagô traz a perspectiva do metá, a terceira opção, a não-binaridade de gênero. Oxumarê, segundo o babalorixá e escritor Babá Ajalá Deré, personifica essa dualidade, sendo “simultaneamente masculino e feminino, o arco celeste da aliança e a cobra que tentou Eva no paraíso. Oxumarê transcende os polos opostos e encarna uma terceira opção. Essa não-binaridade é uma categoria intermediária que transcende os limites dos conceitos tradicionais”, explica.

Oxumarê é considerado um orixá da riqueza, e seus filhos tendem a ser abençoados com prosperidade. No entanto, a ialorixá Mãe Darabi enfatiza que essa riqueza não se traduz apenas em acumulação de bens materiais nas mãos de poucos, enquanto muitos sofrem na miséria. Pelo contrário, a riqueza associada a Oxumarê é abrangente e compreende diversos aspectos da vida. Ela explica que é uma abundância “da saúde, da nobreza e da prosperidade que garante as necessidades básicas de todos os seus filhos. É uma riqueza que não permite a fome, a falta de moradia ou a desigualdade social”.

Além de Oxumarê, também são temas de outros episódios de “Caminhos dos Orixás”: Exu, Nanã, Ogum, Yemanjá, Oxóssi, Omolu Abaluayê, Oxum, Iansã, Oxalá, Ibejis, Ossain, Xangô, Ewá, Logun Edé, Iroko. A série completa pode ser assistida também no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo.

A produção é da Floresta Filmes, com direção de Betse de Paula, e foi viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A estreia é na quinta-feira, 3 de agosto, às 19h30.

Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 31/07

22h30 – “Damas do Samba” (Documentário)

O filme provoca uma reflexão sobre o papel da mulher no samba. Mulheres que são pastoras, compositoras, passistas, musas, tias, intérpretes e muitas outras mulheres que fazem parte da construção de uma identidade nacional mestiça. Uma retrospectiva do samba ao longo da história com enfoque no papel das mulheres em sua construção e composição. Direção: Susanna Lira. Duração: 75 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 01 de agosto, terça-feira, às 02h30 e às 16h30; 02 de agosto, quarta-feira, às 10h30; 05 de agosto, sábado, às 22h30; 06 de agosto, domingo, às 16h.

Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 01/08

23h30 – “Companhias do Teatro Brasileiro” (Série) – Episódio: “Cia. Dulcina-Odilon” – INÉDITO

A Companhia Dulcina-Odilon foi responsável por trazer ao Brasil grandes autores em peças de sucesso, com prestígio e cuidado estético. Neste episódio, acompanhamos a trajetória de Dulcina de Moraes, que contribuiu fortemente para o reconhecimento da profissão e para a educação teatral. Direção: Roberto Bomtempo. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 02 de agosto, quarta-feira, às 03h30 e às 17h30; 03 de agosto, quinta-feira, às 11h30; 05 de agosto, sábado, às 18h30; 06 de agosto, domingo, às 08h30.

Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 02/08

23h – “Viagem Através do Cinema Francês” (Série) – Episódio: “Julien Duvivier e As Canções” – INÉDITO

Julien Duvivier foi um diretor ambicioso e de temas controversos. Em 1919, ele dirigiu seu primeiro filme, “Haceldama” ou “Le prix du sang”. Nos anos 1920, fez filmes de temática religiosa. Foi na década seguinte que se consagrou como cineasta, dirigindo filmes poéticos, melodramas populares, comédias, musicais e adaptações literárias de romances de autores como Émile Zola e Leon Tolstoi. Foi durante essa década que produções como “Poil de Carotte” (1932), “La belle équipe” (1936) e “Pépé le Moko” (1937) lhe deram reconhecimento mundial. Direção: Bertrand Tavernier. Duração: 52 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 03 de agosto, quinta-feira, às 03h e às 17h; 04 de agosto, sexta-feira, às 11h; 05 de agosto, sábado, às 13h; 06 de agosto, domingo, às 18h.

Quinta-feira – 03/08

19h30 – “Caminhos dos Orixás” (Série) – Episódio: “Oxumarê – a resistência da diversidade ancestral” – INÉDITO

Se você olhou para o céu hoje e viu um arco-íris, agradeça, você está sendo abraçado pelo orixá da riqueza, do infinito e da circularidade. Com sua luz colorida e cristalina, Oxumarê nos presenteia com a desconstrução do gênero e da sexualidade. A dualidade de gênero não cabe na concepção de mundo do povo nagô. Direção: Betse de Paula. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 04 de agosto, sexta-feira, às 05h30 e às 13h30; 05 de agosto, sábado, às 07h30 e às 20h30; 06 de agosto, domingo, às 10h30

Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 04/08

23h – “Expedição Roosevelt Rondon” (Documentário)

Um dos presidentes mais importantes da história dos Estados Unidos e um dos militares mais consagrados pelas forças armadas brasileiras se uniram na que seria uma das maiores aventuras das vidas de ambos. Em 1914, Theodore Roosevelt e Cândido Rondon, conhecido como Marechal Rondon, partiram numa expedição científica batizada de Roosevelt-Rondon, ao lado de uma equipe de exploradores — inicialmente, eram 22 pessoas, entre elas Kermit Roosevelt, filho do ex-mandatário. Essa história, ricamente documentada, é contada neste documentário. Com direção de Juliana Baraúna, Franklin Martins e José Roberto Sadek, o longa apresenta a narrativa de estudiosos brasileiros e estrangeiros sobre a viagem, que visava a percorrer o Rio da Dúvida — descoberto pelo próprio Rondon anos antes — para aferir se este era ou não um afluente do Rio Amazonas. Os dois líderes também queriam descobrir e catalogar espécies nativas de plantas e animais. O rio, que passou a se chamar “Rio Roosevelt”, encontra-se em plena selva amazônica, em uma região bastante remota.. Duração: 56 min. Classificação: Livre. Horário alternativo: 05 de agosto, sábado, às 03h e às 12h.

Sábado, 05/08

20h – “Balanço Black” (Série) – Episódio: “Onda”

O “gênio indomável” do soul brasileiro: Cassiano. A indústria do soul brasileiro cresce no início dos anos 70 e mostra diversidade como o “soul branco” da banda Azymuth, Vanusa, Marcos Valle, Elis Regina, Ivan Lins e Artur Verocai. Em meio ao racismo da época, Toni Tornado é preso no palco cantando com Elis, e Tim Maia entra na fase “Racional”. Direção: Flávio Frederico. Duração: 26 min. Classificação: 12 anos. Horário alternativo: 06 de agosto, domingo, às 10h.

Domingo, 06/08

20h – “Cidades Fantasmas” (Documentário)

Deserto chileno, Amazônia brasileira, Andes colombianos e Pampa argentino. Quatro destinos onde as ruínas e o silêncio são o plano de fundo da jornada. Alguns de seus antigos moradores ainda guardam na memória o que viveram ali e evocam lembranças de um passado que não querem esquecer. Com um olhar contemplativo sobre o que restou, refletimos sobre o que deixamos e podemos deixar do nosso legado. Direção: Tyrell Spencer. Duração: 71 min. Classificação: Livre.

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