Atriz interpreta Linda Lopez, advogada do lutador no longa com estreia marcada para 17 de março. “Nem mesmo a palavra ‘emocionante’ define a grandeza dessa história”
Ícone da dublagem, Carolla Parmejano ganha cada vez mais destaque também na atuação. A voz por trás de Delia na série “La Casa De Las Flores” da Netflix, Dra. Cho na animação “Dead Space – After Math”, Professora Pavlova da novela colombiana “Chica Vampiro” exibida no canal Gloob e diversos outros personagens que a renderam indicações às principais premiações do mundo, agora será Linda Lopez em “O Faixa Preta”, filme sobre o lutador Fernando Tererê que estreia dia 17 de março na HBO Max.
“Me causou um impacto muito forte contar essa história. Não dá para não chorar. Tererê é um guerreiro e a disputa entre ele e a própria vida, não é para qualquer um. É uma honra fazer parte do filme de um dos super-heróis do Brasil, um atleta nacional com verdadeiras marcas de guerra”.
Forte como Linda Lopez
No filme dirigido por Caco Souza, a atriz interpreta a personagem Linda Lopez, a advogada de Tererê. “Que história magnífica, inspiradora, sofrida e verdadeira. Como todos os meus trabalhos, fiz um teste, depois de ter feito uma leitura aqui em Los Angeles, com a minha grande amiga e produtora Meire Fernandes. Estudei para o teste e dei o melhor de mim”.
Interpretar uma mulher de personalidade marcante nunca é uma tarefa simples e com Linda não foi diferente. Segundo Carolla, a preparação exigiu muitos ensaios e pesquisas. “Ela é uma profissional excêntrica, objetiva, respeitada pela sua experiência com a lei, mas ao mesmo tempo carinhosa. Com muito foco, amor e perseverança, nasceu Linda”.
O primeiro passo da atriz foi entender a história de vida da personagem. “Liguei na hora para o escritor para saber quem foi Linda. Depois disso, estudar postura, caminhada, olhares e combinar a essência”, conta a artista, que revela inclusive que se inspirou em Viola Davis na série “How To Get Away With Murder”.
Por trás das câmeras
Fernando Tererê e Carolla tiveram uma longa conversa por telefone para a construção da personagem, mas segundo a atriz, “ainda espero poder abraçá-lo um dia e dizer que sou sua fã”. Já entre os colegas de elenco, a admiração é igual e a relação, cada vez mais próxima.
No papel de Tererê, Raphael Logam. “Ele é uma estrela internacional! Momentos antes da cena, passamos o texto juntos e não aguentamos, choramos juntos. Fazer esse trabalho com ele me deu muita força e confiança, além do posicionamento que mostrava que Linda iria conseguir o que queria”, conta Carolla.
A atriz destaca também Valéria Silva, que deu vida a Louise McAuley. “Uma presença maravilhosa no set. Nossa cena teve muita química. Pessoas no set achavam que realmente estávamos brigando enquanto ensaiavamos. Ela é talentosíssima!”
Fora dos tatames
Além de “O Faixa Preta”, Carolla está envolvida em dois outros projetos atuais. Entre eles, “Doggy Bank”, uma minissérie de comédia, dirigida por Thales Corrêa, inspirada no clássico “Quincas Borba” de Machado de assis, e @LoveForUpcycling, um projeto desenvolvido por Parmejano e José Alexzander.
“Este segundo projeto é um show que finalmente tiramos do papel e criamos uma comunidade e plataforma para conscientizar e educar o mundo a consumir menos. Um programa que alerta a sociedade da importância da reciclagem. É lindo e pode não só mudar a vida de muitas pessoas, como do planeta”.
O futuro também é brasileiro
Morando nos Estados Unidos e com carreira internacional mais do que consolidada, Carolla está firmando raízes no Brasil novamente. “Tenho feito alguns testes, mas nada que possa revelar ainda. Em breve, nos veremos nas telinhas”, revela. Além disso, o foco é levar a mensagem de um planeta cada vez mais saudável e consciente através do projeto @LoveForUpcycling para um público cada vez maior.
Superação
Antes de morar fora de fato, Carolla voltou ao Brasil e ingressou no curso de Publicidade e Marketing em uma universidade de São Paulo, que segundo a atriz, foi o ponto chave para impulsionar sua ida para os Estados Unidos: “o Bullying veio à tona, pois eu pesava mais ou menos 80 quilos. A rejeição de algumas agências de São Paulo e de amigos, minha família totalmente contra a minha escolha de ser atriz… Enfim, muitas razões para querer tentar uma vida fora”.
As dificuldades não acabaram com o fim do bullying. Ao chegar em Miami (EUA), Carolla viveu como moradora de rua: “é realmente triste, foram poucos dias, mas consegui sentir o que é ficar sem casa e um lugar para ir no final da noite”, relembra. Em seguida, começou a trabalhar como faxineira, entregando panfletos, como garçonete e como babá, onde conseguiu criar sua própria empresa de babysitters, “a empresa veio com o tempo. Com a agenda cheia, não estava dando conta e resolvi contratar pessoas para ajudar e ganhar uma grana extra. Muitos anjos que você vai conhecendo vão te indicando e o trabalho se torna uma grande oportunidade de seguir em frente”.
Mesmo com os altos e baixos e a intensidade do trabalho como babá, Parmejano não perdeu o foco em sua carreira de atriz. Para adquirir experiência, começou a fazer alguns trabalhos de graça: “trabalhei em locações de novela. Não de graça, mas em troca de experiência e de trabalhar com o que realmente gosto.” A grande virada foi quando sua documentação se regularizou nos Estados Unidos: “tudo mudou. Pude ver que minha carreira deixou de ser uma semente e começou a florescer. Vi possibilidades e um sonho que um dia poderia ser realidade. Novelas extras aqui, comerciais extras ali… De pouco a pouco tudo foi subindo e crescendo.”